
introdução
O Antigo Testamento é o berço de toda mensagem. Não existe nada revelado a respeito do Espírito Santo no Novo Testamento, que não tenha sugerido antes no A.T., com toda a evidencia desde o A.T. revela que a origem da vida depende da ação soberana do Espírito Santo. Desde a criação, não só a vida humana como em tudo que foi criado houve a intervenção do Espírito Santo. Retirar o Espírito Santo significa morte.
O Espírito Santo estava presente na criação, movendo-se sobre uma condição ainda não ordenada (Gêneses 1.2), mas isto não o impediu de ser participante na criação do homem (Gêneses 1.26), e, após a queda do homem, participou da salvação (Gêneses 3.22). A salvação percorre todo o A.T. e conclui no N.T. em Cristo Jesus sem anular a ação do Espírito Santo o qual convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.
O Espírito Santo atuava como vivificador no A.T. Mas, de que maneira Ele regenerava o homem no A.T.? como Ele aplicava a obra redentora de Cristo se o próprio Cristo ainda não tinha vindo? será que os crentes do A.T., foram igualmente regenerados e salvos como os crentes do N.T.? um dos motivos que nos leva a fazer tais perguntas é o fato de que o A.T. não apresenta o Espírito Santo atuando de maneira tão proeminente na salvação do homem como no N.T.
A palavra"regeneração" que aparece no N.T., não é encontrada em nenhum livro do A.T.. O termo Grego que desgnia a regeneração pelo Espírito Santo não tem nenhum equivalente no Hebraico, nem mesmo na Septuaginta, a versão grega pré-cristã do A.T., aparecem as palavras Palingenesi/a ou Gena/w que traduz a idéia bíblica de regeneração e novo nascimento. O que mais se aproxima é a forma verbal e e (wjpa/lim Ge/nwmai, que é uma tradução livre de Jó 14.4: "morrendo o homem, porventura tornará a viver?. No entanto, aqui não existe nenhum pensamento do renascimento espiritual do indivíduo como há no N.T. . O que o A.T. nos apresenta são as claras promessas de uma nova renovação futura (Jeremias 31.31-33; Ezequiel 11.29; 36.26-27).
Apesar da obra regeneradora do indivíduo não ser enfatizada no A.T., não significa que o Espírito Santo não tenha atuado de forma salvífica. Mesmo assim, a possibilidade de alguém ser regenerado foi totalmente descartada pelo Teólogo alemão Daniel Schleimacher (1768-1834). Para ele era impossível que alguém tivesse sido regenerado na antiga dispensação, uma vez que Cristo não havia feito-se carne e sua obra, portanto, não podia ser aplicada àqueles crentes.
1 - EVIDENCIAS PELA FÉ NO MESSIAS
Não há dúvidas que os crentes do A.T. foram regenerados. Seria contradição falar que os crentes do A.T. não eram regenerados, ora se não eram regenerados como poderiam ser considerados crente? No N.T. existe uma confirmação que deve ser respeitada e crida. Eles eram crente de fato atesta o autor da carta aos Hebreus Capítulo 11 com grande veracidade. Ele não os nomearia como os "Heróis da Fé" se não fossem regenerados e salvos. e como o Espírito Santo os regenera e salva em Cristo Jesus? simplesmente aplicando a sua obra redentora do Messias no qual eles criam (Jó 19.25). A explicação desta aplicação no A.T. é entendida quando vemos e lemos sobre "o Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo" (Apocalipse 13.8). Dentro desta maravilhosa declaração aprende-se que:
- A expiação de Cristo é referida como algo determinado por Deus
- O princípio de sacrifício e redenção por parte de Cristo já existia antes da fundação do mundo
- Os decretos e propósitos de Deus são tão concretos e reais como o próprio acontecimento
- Quando a terra era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas, a morte de Cristo já estava declarada como efetuada antes que tudo existisse (Gênesis 1.1-2). Cristo era a base fundamental da salvação através do seu sacrifício na cruz do calvário por ser Ele o mediador entre o homem e Deus.
1.1- Simbolizado no Sistema Sacrificial
A ausencia do fato histórico da expiação de Cristo no A.T. não anula, de forma alguma, o seu valor para os crentes daquela época;e muito menos a aplicação da mesma pelo Espírito Santo. isto é fácil de ser percebido quando vemos os santos do A.T. ofercendo sacrfícios de animais a Deus e com isso recebendo o perdão e a salvação, não por causa do sacrfício em si porque seria impossível o sangue de animais remover pecados e muito menos conceder salvação a alguém (Hebreus 10.14), mas eles eram perdoados e salvos porque acreditavam na promessa do Messias que era simbolizada através do sistema sacrificial com animais. O N.T. nos dá claras indicações, e declarações explícitas, que os sacrifícios de animais no A.T. foram símbolos do mais excelente sacrifício de Cristo (Colossenses 2.17; Hebreus 9.23-24; 10.1; 13.11-12).
O sistema sacrificial do A.T. tinha validez somente porque prenunciava o sacrfício supremo e definitivo de Cristo. Os cristãos do A.T. faziam essas ofertas pela fé porque eles acreditavam na Palavra de Deus e que Ele um dia no porvir proveria o sacrifício final através de seu Filho Jesus Cristo "o Cordeiro que foi imolado" e por isso se mantiveram firme na fé e na obediencia à Palavra de Deus. Era somente por causa da obra regeneradora do Espírito Santo que eles podiam "olhar" para o futuro crendo no Cristo Salvador e exercer a fé Nele.
2- A Salvação a Luz da Mensagem no Novo Testamento
Começamos analizando e examinando a maneira de como a salvação deve ser entendida. Ao expormos alguns textos soteriológicos mais destacados, utilizados nas epístolas de Paulo, no N.T., os quais tiveram um impacto significativo sobre a salvação a luz da mensagem.
A tradição cristã testemunhou um debate intenso sobre a questão da intensidade com que a salvação se torna acessível e possível por meio de Cristo. notamos a existencia de duas afirmações fundamentais, ambas se fundamentam profundamente no N.T., como aquelas que exerceram influencia dominante sobre esse assunto.
- A Vontade Redentora Universal de Deus
- A Salvação Somente é Possível em Cristo e Por Meio Dele.
As epístolas de paulo determina-se em explicar alguns aspectos da fé cristã e o que diz respeito a salvação em geral, e, em situações de controvérsias. Portanto não deve surpreender-nos o fato de Paulo tratar, com frequência a questão sobre tudo aquilo que havia sido especificamente alcançado para os cristãos por meio da morte de Cristo. Durante as imagens utilizadas por Paulo com essa finalidade, vejamos alguns elementos o qual Deus utilizou para garantir a salvação.
2.1 - Adoção - Em diversos pontos Paulo se refere aos cristãos como "adotados" na família de Deus(Romanos 8.15; Gálatas 4.5). De modo geral acredita-se que Paulo está se fundamentando em uma prática legal, como a cultura Greco-Romana (embora não reconhecida pala Lei judaica). de acordo com diversos intérpretes de Paulo, como por exemplo, F. F. Bruce referindo-se aos cristãos adotados da família de Deus, é defender a tese de que os cristãos compartilham dos mesmos direitos herdados por Cristo, e que portanto, receberão a glória que Cristo alcançou.
Segundo Paulo através da adoção, nos tornamos filhos de Deus (Gálatas 3.26; 4.4-7). No mundo, para se adotar uma criança é preciso apresentar ao juiz uma série de requisitos impostos pela justiça ou pelo conselho tutelar e outros órgãos responsáveis por essa adoção e quando a adoção é concedida a criança passa a ter os mesmos direitos que um filho legítimo tornando herdeiro dos bens dos pais adotivos. Paulo, contudo, proclama a adoção graciosa de Deus sem nenhuma burocracia e sem escolha de cor nem de raça e outros e os torna "herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo" (Romanos8.17). Portanto, adoção e regeneração, constituem duas realidades que permanecem juntas com dois aspectos da salvação assegurada por Cristo (João 1.12-13), porém, existem realidades que devem ser distinguidas entre si. A adoção é resultado de um novo relacionamento com Cristo quando alguém o aceita como seu Salvador, enquanto que a regeneração é uma mudança da natureza moral do homem convertido, mas mesmo assim existe uma conexão clara entre elas. Deus deseja que seus filhos, a quem Ele ama, tenha o seu caráter e, para isso, Ele providenciou o seu Filho sob a Lei, e este identificou-se com pecadores ainda que sem pecado (II Coríntios 5.21). Cristo nasceu sob a Lei, não somente com a obrigação de cumprir a Lei, mas de nos libertar da maldição a nos salvar para a eternidade, pagando um preço de cruz. O preço da nossa redenção foi pago pelo Pai, no sangue de seu Filho, ao dar a sua vida em resgate de muitos (Mateus 20.28).
2.2 - Justificação - Especialmente nas epístolas que tratam da relação entre cristianismo e judaísmo (Gálatas -Romanos), Paulo declara que os cristãos foram "justificados pela fé" (Rm 5.1-2). De modo geral, consider-se que essa afirmação envolve uma mudança na posição dos cristãos ao olhos de Deus, bem como a certeza de sua justificação final, apesar de sua natureza pecaminosa. Portanto, o termo "justificado" e o verbo "justificar" adquirem o significado de "entrar em relacionamento com Deus" ou "tornar-se justo aos olhos de Deus".
Justificação é o ato pelo qual Deus perdoa o pecador e o aceita como justo em Cristo Jesus. Essa decisão foi trazida para o presente e pronunciada na cruz, na qual Deus jamais voltará atrás, por mais que Satanás possa apelar contra o verdito de Deus efetuado em Cristo.
2.3 - Redenção - Esse termo guarda primordialmente o sentido de "assegurar a libertação de alguém mediante pagamento. (2 Reis 4). No A.T. que serviu e senário para o apóstolo Paulo, esse termo poderia ser usado em relação à libertação de prisioneiros de guerra, ou para assegurar a liberdade daqueles que haviam sido vendidos como escravos, para pagamento de dívidas da família. Baseado nisso, Paulo assegura que com a morte de Cristo foi pago toda dívida assegurando a liberdade dos pecadores da escravidão da Lei e da morte para que pudessem se tornar servos de Deus. (I Coríntios 6.20; 7.23).
2.4 - Salvação - É importante considerar uma rica diversidade de imagens para esclarecer os benefícios que Cristo assegura aos cristãos. Um dos termos que se utiliza com essa finalidade é "salvação". Por razões obvias, esse termo normalmente é visto como o principal que supera aos demais. Na verdade, ele possui uma séria de associações específicas, que precisam ser analisadas. A noção básica, é a de libertação do perigo ou da escravidão, abrangendo também a ideia de libertação de alguma enfermidade fatal, ou seja, cura e libertação estão sendo englobadas por esse termo. podemos ver a salvação como algo que possui uma dimensão passada (RM 8.24), presente (I Co 1.18) e futura (Rm 13.11). Isto tem importantes implicações para uma compreensão escatológica da salvação.
A salvação à luz da mensagem no N.T. envolve a Graça salvadora de Deus explícita de forma clara em Efésios 2: Benefício: Bençãos espirituais em Cristo nas regiões celestiais (v 3), Remissão dos pecados ( V 7); Origem: escolha divina na eternidade ( v 4), o beneplácito de sua vontade ( v 5); Propósito: convergencia em Cristo ( v10);
Privilégio: adoção na família de Deus por meio de Cristo ( v 5); Preço: o sangue de Cristo (v 10); Meio: pregação da Palavra, que conduz a fé em Cristo ( v 17); Garantia: o Espírito Santo como penhor da nossa herança. Portanto, a salvação já existia desde a eternidade e se tornou visível através de Jesus quando Ele pagou a penalidade que os pecadores deviam a Deus, derramando o seu precioso sangue na cruz, sendo Ele o Cordeiro que foi sacrificado para nos libertar de uma vez por toda do sacrifício de animais e tê-lo como o nosso sacrifício único e real.
3 - PERSPECTIVA TEOLÓGICAS DA SALVAÇÃO
O conceito "salvação" é algo bastante complexo. Mesmo no âmbito religioso, a ideia da salvação se diverge muito. diversas religiões possuem seus conceitos de salvação. No entanto, existe uma grande distinção entre esses conceitos, tanto ao que concerne no entendimento sobre amaneira de alcançar a salvação quanto na forma a qual ela assume conforme as distintas óticas. No passado, um dos desafios mais difíceis que os adeptos do Iluminismo encontraram pela frente, ao pretender defender a tese de que'todas as religiões eram basicamente iguais", foi a demonstração da existencia de uma unidade fundamental entre todas as religiões, a despeito de suas claras divergencias quanto a esses dois aspectos centrais _ isto é, a maneira de alcançar a salvação e a forma que ela assume. Há um consenso em torno da ideia de que os iluministas jamais conseguiram atingir este objetivo, em função da incrível diversidade envolvida no fenômeno em questão.
se entendermos o termo "salvação' como "algum benefício conferido ou alcançados pelos membros de uma comunidade, quer de forma individual quer coletiva", seria possível concluir que todas as religiões oferecem a salvação. No entanto, a abragencia dessa proposição é tamanha que ela se torna destituida de qualquer valor teológico relevante; nestes termos todas as religiões bem como as teorias políticas como o Marcismo, ou como as teorias da psicoterapia, ou como a teoria Rogeriana poderiam em certo sentido ser chamadas de "salvíficas", pois oferecem algum benefício àqueles que se aceitam. Contudo, isso não permite a conclusão de que todas as religiões oferecem esse tipo de "salvação".
A singularidade da perspectiva cristã em relação a salvação reside em duas áreas distintas:
- Primeiro - Reside no fato de que o cristianismo entende que o fundamento da salvação encontra-se na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
-Segundo - Pela questão de que a forma específica que a salvação assume a tradição cristã é em si, determinada por Cristo. Essas noções são bastante complexas e precisam ser analisadas com maior rigor antes de qualquer discussão.
3.1 - A salvação está ligada a Jesus Cristo
Em primeiro lugar, entende-se que a salvação, seja qual for a definição que se lhe atribua posteriormente é algo que está ligado a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A experiência desse vínculo é uma característica marcante da Teologia cristã ao longo dos séculos. Em ano mais recentes, uma relevante discussão na literatura teológica girou em torno da questão de ser a cruz um elemento constitutivo ou ilustrativo, no que tange a salvação. Martin Kähler, Célebre Teólogo alemão, em sua obra Doctrine of reconciliation [Doutrina da reconciliação - 1898], propôs a seguinte questão, em relação a doutrina da expiação: "cristo apenas revelou algo referente a uma situação imutável, ou inaugurou uma nova condições de coisas?" Nesta questão alcançamos um aspecto central da Soteriologia: a cruz de Cristo apenas ilustra a vontade redentora de Deus, dando forma a uma noção um tanto vaga? ou a cruz, acima de tudo, torna possível essa salvação? em outras palavras, a cruz de Cristo é um elemento ilustrativo ou constitutivo da salvação?
a segunda posição tem sido característica de grande parte da Teologia cristã tradicional. de acordo com essa perspectiva, Cristo é visto como aquele que conquistou algo que tornou possível uma nova situação para a humanidade. A salvação portanto, resulta diretamente da vida, morte e ressurreição de Jesus. evidentemente existia uma grande discussão acerca da maneira específica como cristo tornou isso possível. Irineu, por exemplo formulou o conceito da "recapitulação de todas as coisas em cristo" ou da "retomada" de todos os eventos históricos sem que a humanidade houvesse se desviado de seu caminho. Portanto, a figura de Cristo "recapitula" a história de Adão, obtendo êxito, onde Adão havia falhado e revertendo, dessa maneira, a condição humana ocasionada pela queda.
Quando Cristo se encarnou e assumiu a forma humana, Ele recapitulou em si mesmo toda a história da raça humana, obtendo para esta a salvação, de forma que o homem pudesse reconquistar em Jesus Cristo aquilo que havia perdido por meio de Adão, isto é, a condição de criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus. Contudo, a primeira perspectiva, que considera a cruz como um elemento ilustrativo da salvação, tem sido típica da maioria das obras de inspiração iluministas, que tratam a cruz como um símbolo histórico de uma verdade eterna. de acordo com essa ótica, Cristo não introduz uma nova condição de coisas as manifesta aquilo que na realidade já existia mesmo que a humanidade não tivesse plena consciência disso. ( Tese defendida com veemência por John Macquarrie - 1966). Não é como se um determinado momento, Deus acrescentasse uma atuação redentora em suas prévias atuações na história, ou como se o homem pudesse definir o momento em que teve início a sua ação reconciliadora entre o homem e Deus. Antes o que nota-se é que, em um determinado momento, houve uma interpretação inédita e decisiva de que uma ação que já vinha se desenrolando de forma contínua e tão primordial e antiga quanto a própria criação.
Segundo Maurice F. Willes, Teólogo da Universidade de Oxford, o governo de Cristo de certo modo é uma demonstração daquilo que é verdade sobre a natureza eterna "de Deus". Sob essa ótica, Cristo é visto como aquele que revela a vontade redentora de Deus e não como aquele que acima de tudo implementa essa vontade, por essa razão, a vinda de Cristo é entendida como expressão e demonstração da própria vontade redentora de Deus. Outros teólogos se opuseram intensamente a essa perspectiva. Colin Gunton, Teólogo radicado em em Londres, em sua Obra [A Realidade da Expiação - 1988), aponta que as perspectivas relativas à expiação com cunho não-constitutivo correm o risco de redundar em doutrinas da salvação de caráter subjetivo e exemplificativo. de acordo com essa alegação, é necessário dizer que Cristo não só apenas nos revela algo importante como também conquista algo pela humanidade e para a humanidade. algo sem o qual a salvação não seria possível ao homem. Guton, levantando a questão se "o verdadeiro mal do mundo é encarado e restaurado ontologicamente na vida, morte e ressurreição de Jesus", argumenta que deve haver um sentido no fato de Cristo agir como um "substituto" para a humanidade: Ele fez algo pela humanidade que ela por si própria jamais conseguiria fazer. Negar esse fato é o mesmo que retroceder a uma compreensão exclusivamente subjetiva a salvação. a perspectiva de Guton pode ser considerada como a posição típica de grande debate cristão pré-iluminista que discutia os fundamentos da salvação e retratava a convicção fundamental de que algo inédito acontecera em Cristo, que torna possível e acessível a uma nova vida. Essa perspectiva continua a ser decisiva para o evangelismo moderno, tendo exercido uma profunda e contínua influência sobre os hinos e a liturgia da igreja cristã.
3.2 - Jesus Cristo é o Modelo da Salvação
na ênfase cristã, sobre a questão da salvação está ligada a Jesus Cristo, pode-se encontrar uma declaração de ordem cristológica; Jesus é quem dá forma a salvação. em outras palavras, é Jesus Cristo quem nos fornece um paradigma de uma vida redimida. embora a tradição cristã venha sendo inteiramente contrária à ideia de que a imitação de Cristo por si só seja o que constitui ou dá origem a vida cristã, há um consenso em torno da ideia de que Cristo em certo sentido, dá forma e é quem modela a vida cristã.
A noção de que a mera imitação exterior de Cristo dê origem à vida cristã tem sido em geral considerada pelagiana. A perspectiva cristã dominante tem apresentado a tendência de alegar que a vida cristã se torna possível por meio de Cristo, ao mesmo tempo que reconhece duas maneiras bastantes distintas pelas quais a vida cristã resultante é "modelada" por Ele em dois aspectos:
__ A vida cristã assume a forma de uma constante tentativa da parte do cristão de imitar a Cristo. Havendo se convertido, o homem passa a ter em Cristo um exemplo de relacionamento ideal com Deus e com o próximo e se esforça para reproduzir em sua vida esse tipo de relacionamento. o homem passa a ter a responsabilidade de pautar a sua vida através do exemplo de Jesus Cristo.
__ A vida cristã é um processo em que " somos formados a imagem de Cristo" e de acordo com essa semelhança a vida do cristão é realinhada conforme seu relacionamento interior com Cristo fundamentado na fé. esta perspectiva é típica de Escritores como Martinho Lutero e Calvino, e fundamenta-se na ideia de que Deus está tornando o homem convertido a imagem e semelhança de seu Filho, pelo processo de renovação e restauração que se dá por meio da atuação do Espírito Santo.
4 - A Dimensão Escatológica da Salvação
A salvação deve ser vista como um fato pretérito, algo que já aconteceu na vida do cristão? ou algo que ainda está acontecendo no presente? ou deve-se ainda entender que a salvação também possui uma dimensão escatológica, em outras palavras, que ainda existe na salvação algo por acontecer? a única resposta que se pode dar a estas perguntas, fundamentadas no N.T. , é que a salvação engloba passado, presente e futuro. Isso pode ser exemplificado ao ponderar sobre as afirmações de Paulo referentes a justificação e a outros temas relacionados. ao citar as referencias do apóstolo Paulo é tentador adotar uma perspectiva simplista em relação a questão cronológica acaba-se de comentar. Alguém poderia por exemplo, tentar encaixar os conceitos da justificação, simplificação e salvação em uma estrutura simplificada, de, passado, presente e futuro.. Esse raciocínio, no entanto, é evidentemente inapropriado. a justificação tem uma dimensão tanto futura quanto passada (Rm 2.13; 8.33; Gl 5.4-5) e parece estar relacionada tanto com o início da vida cristã quanto com a sua consumação final. Da mesma forma, a santificação pode se referir a um evento passado (I Co 6.11) ou a evento futuro (I Ts 5.23). Ao passo que também a salvação é um conceito extremamente complexo, pois engloba não apenas um evento futuro mas também algo que aconteceu no passado (Rm 8.24; I Co 15.2) bem como algo que está acontecendo agora (I Co 1.8). A linguagem da justificação é apresentada pelo apóstolo Paulo está relacionada tanto ao início da caminhada da fé cristã quanto a consumação final. Portanto, é uma noção bastante complexa e abrangente que antecipa o veredito do julgamento final (Rm 8.30), declarando de antemão o veredito do livramento final. Em razão disso, a presente existencia justificada do cristão é uma antecipação de uma prévia antecipação na libertação da ira futura e uma garantia presente do veredito final e escatológico de livramento (Rm 5.9-10). Essa é uma análise bastante breve que indica a complexidade das questões em discussão. A perspectiva do cristão acerca da salvação parte do crer de que algo aconteceu, está acontecendo agora e ainda está por acontecer.
4.1 - O Fundamento da Salvação é a Cruz de Cristo
O termo "doutrina da expiação" tornou-se comum na linguagem teológica como um termo que expressa "uma forma de entender a obra de Cristo". Esse termo foi amplamente empregado, em especial no século XIX e no início do século XX. Entretanto, há evidencias cada vez maiores de que o termo "doutrina da expiação" é visto como inadequado e inútil em todo aspecto das perspectivas teológicas e na maioria das vezes pela maioria dos escritores modernos. Em razão dessa tendência, procuram evitar essa doutrina em suas obras. O uso do termo "Soteriologia" tem sido cada vez mais difundido entre a maioria dos cristãos, escritores e teólogos. O termo "Soterilogia" (oriundo do grego soteria "salvação") ou a "Obra de Cristo" emgloba duas grandes áreas da teologia.
Primeiro: A questão sobre a forma de como a salvação é possível e, em especial, como está relacionada a história de Jesus Cristo.
Segundo: A questão sobre como se deve entender a "salvação" em si. Estas duas questões tem sido, especialmente no período moderno, objetos de intensos debates ao longo do história do cristianismo.
4.2 - A Cruz Como Sacrifício
O Novo Testamento, inspirando-se em imagens e expectativas presentes no Antigo Testamento, apresenta a morte de Cristo na cruz como um sacrifício. A epístola aos Hebreus, apresenta a morte sacrificial de Cristo como o sacrifício eficaz e perfeito, capaz de conquistar aquilo que os sacrifícios do Antigo Testamento conseguiam apenas anunciar. O apóstolo Paulo faz de um modo espaecial ao uso do termo grego "hilasterion" (Romanos 3.35) apenas para uma interpretação sacrificial da morte de Cristo. Essa idéia evoluiu posteriormente no seio da tradição cristã. Para que a humanidade pudesse se reconciliar com Deus, o mediador "Jesus Cristo" seu filho deveria sacrificar-se a si mesmo. Sem esse sacrifício a reconciliação se tornaria impossível ao homem pecador. Segundo Atanásio o sacrifício de Cristo é superior aos sacrifícios exigidos pela antiga aliança. Cristo oferece um sacrifício que é digino de confiança, de efeitos permanentes e de natureza infalível. Os sacrifícios oferecidos de acordo com a lei não eram confiáveis uma vez que tinham de ser oferecidos todos os dias, tendo em vista a constante necessidade de purificação. em contraste o sacrifício do Salvador, foi oferecido uma vez por todas, tendo sido alcançado e sendo totalmento fededigno. Atanásio define e explica a visão do sacrifício de Cristo como o verdadeiro e definitivo sacrifício pascal, em vez do, sacrifício de animais como era feito no Antigo Testamento. Contudo, depois disto, Ele foi imolado por nós. "Pois também Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado ( Isaías 53).
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